2º quadrimestre de 2025

Para criar suas esculturas, Felícia Leirner utilizou principalmente materiais como bronze, granito e cimento (argamassa cimentícia), empregando técnicas variadas como modelagem, moldagem, fundição, cinzelação e calfitice.

O processo de produção de uma escultura envolve diversas etapas. A moldagem é uma delas e consiste na criação de uma fôrma, matriz ou molde a partir de um modelo original. Esse processo é utilizado para transformar peças de barro ou argila em obras em gesso ou resina, além de possibilitar a produção de cópias.

No caso das obras em bronze, Felícia recorria inicialmente à modelagem, muitas vezes montando o barro sobre uma estrutura metálica para formar um modelo em argila. Em seguida, realizava a moldagem, criando um molde em gesso a partir desse modelo, e utilizava a técnica da cera perdida para a fundição.

A coleção de esculturas do Museu Felícia Leirner possui uma única obra em gesso, intitulada “Sem Título” (série “Pássaros”), de 1980, que possivelmente serviu como molde para uma escultura em bronze. Por ser confeccionada em um material mais frágil, essa peça está exposta exclusivamente no espaço interno do Centro de Pesquisa e Referência dos Equipamentos, diferentemente das demais, que permanecem ao ar livre. Isso se deve à natureza sensível do gesso, que exige cuidados específicos e contínuos.

Entre os principais fatores de risco para esculturas em gesso, destacam-se:

  • Umidade: pode comprometer a estrutura da peça, causando fissuras, deformações e favorecendo a proliferação de microrganismos;
  • Temperatura: variações bruscas podem gerar tensões estruturais;
  • Produtos químicos: a exposição a produtos de limpeza ou solventes pode provocar corrosões e reações indesejadas;
  • Manuseio inadequado: sendo um material frágil, o gesso pode se fissurar ou quebrar com facilidade.

Para preservar essa obra, é realizado monitoramento diário, com controle ambiental de temperatura, umidade relativa e incidência de luz direta. A higienização, tanto da escultura quanto de seu mobiliário, é feita periodicamente com trinchas macias, evitando o acúmulo de sujidades.

Essas ações fazem parte da política de conservação preventiva do Museu e são essenciais para reduzir a necessidade de intervenções futuras, mantendo o acervo o mais íntegro possível para as próximas gerações.

Referências

MUSEU FELÍCIA LEIRNER; AUDITÓRIO CLÁUDIO SANTORO. Plano museológico. Campos do Jordão: ACAM Portinari, 2021.

MUSÉE BOURDELLE. Les techniques de la sculpture: le modelage, le moulage, la taille, la fonte. Disponível em: https://www.bourdelle.paris.fr/explorer/ressources/les-techniques-de-la-sculpture#ancre4. Acesso em: 22 maio 2025.

JULIO MORAES CONSERVAÇÃO E RESTAURO LTDA. Relatório dos serviços de manutenção – Museu Felícia Leirner. São Paulo, 2018.